*Artigo de opinião
Será que é possível vislumbrar um futuro em que a Inteligência Artificial trabalhe em harmonia com a gestão pública?
Este conteúdo faz parte do centro de estudos de Gestão Pública do IBÊ
Se há algo que sempre buscamos na Administração Pública, é a eficiência. Como cidadãos, esperamos que nossos recursos sejam utilizados da melhor forma possível para garantir serviços de qualidade. Recentemente, a inteligência artificial (IA) tem se destacado como uma ferramenta poderosa nessa busca pela eficiência.
O que é Inteligência Artificial?
Antes de mergulharmos na revolução na Administração Pública, é importante entender o que é inteligência artificial. Simplificando, a IA refere-se à capacidade de as máquinas aprenderem e executarem tarefas que normalmente exigiriam inteligência humana. Isso inclui processamento de dados, aprendizado de máquina e tomada de decisões.
Aplicações Práticas na Administração Pública
A IA tem o potencial de revolucionar a forma como os governos operam. Imagine um sistema que analisa grandes conjuntos de dados para identificar padrões e prever tendências. Isso pode ajudar na alocação eficiente de recursos, melhorando a qualidade dos serviços públicos, desde a saúde até a educação.
Apesar dos desafios enfrentados, o cenário da inteligência artificial (IA) na Administração Pública no Brasil revela avanços promissores. Casos práticos, tanto em esfera federal, quanto estadual, destacam a factibilidade e os impactos positivos na eficiência dos serviços prestados. Veja 6 exemplos a seguir:
- Controladoria-Geral da União (CGU) e Tribunal de Contas da União (TCU): O sistema "ALICE" é utilizado para analisar licitações e editais, identificando fraudes e irregularidades por meio do cruzamento de dados de diversas fontes.
- Procuradoria-Geral do Distrito Federal (PGDF): A "Dra. Luzia", uma Robô Advogada Assistente, agiliza a tramitação dos processos de execução fiscal, contribuindo para a arrecadação de tributos.
- Superior Tribunal de Justiça (STJ): "Sócrates" apoia na elaboração de decisões e votos, alimentando a base de dados e auxiliando na formação de precedentes, sendo também utilizado por tribunais estaduais.
- Tribunal Superior do Trabalho (TST): A ferramenta "Bem-Te-Vi" gerencia processos judiciais, identificando temas e fases, garantindo a tempestividade dos processos e realizando pesquisas textuais em acórdãos.
- Supremo Tribunal Federal (STF): "Victor" utiliza aprendizado de máquina e análise de padrões para agilizar a tramitação de processos, alterar imagens em textos, classificar peças processuais e identificar temáticas de repercussão geral.
- Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE): O sistema "Elis" analisa e tria processos de executivos fiscais, proporcionando uma eficiência notável ao reduzir o tempo de trabalho de 11 servidores de mais de um ano para apenas 15 dias
Esses exemplos evidenciam que a implementação da IA na Administração Pública já está gerando resultados tangíveis, aprimorando processos, acelerando decisões e aumentando a eficiência dos serviços oferecidos. Apesar dos obstáculos, esses casos inspiram otimismo quanto ao potencial transformador da inteligência artificial no setor público brasileiro.
O Futuro Promissor com a Inteligência Artificial
O caminho para uma Administração Pública mais eficiente e orientada por dados está pavimentado pela inteligência artificial. Ao superar desafios éticos e garantir uma implementação responsável, podemos vislumbrar um futuro em que a IA trabalha em harmonia com a gestão pública, proporcionando benefícios tangíveis para todos os cidadãos.
Destaca-se a necessidade urgente de investir no aprendizado dos agentes públicos para garantir uma transição suave e a consolidação das novas formas de trabalho. Mesmo reconhecendo a importância da tecnologia, a Administração Pública é conduzida por pessoas, e a força de trabalho humana continua sendo indispensável.
Desse modo, a inteligência artificial não é apenas uma tecnologia do futuro, mas uma aliada valiosa na busca contínua pela eficiência na Administração Pública. É hora de abraçar o potencial transformador da IA e construir um governo mais inteligente, ágil e eficaz para todos.
Gostou do assunto? Deixe seu comentário, curta a publicação e compartilhe em suas redes sociais. Para saber mais do assunto, clique aqui.
Autora: Jaqueline Martinez de Oliva.
*Os artigos aqui divulgados são enviados pelos redatores voluntários da plataforma. Assim, o Radar IBEGESP não se responsabiliza por nenhuma opinião pessoal aqui emitida, sendo o conteúdo de inteira responsabilidade dos autores da publicação.
Autor:
Jaqueline Martinez de OlivaTags:
Administração, Gestão Pública, Inteligência Artificial, Tecnologia