A importância de uma correta integração para a Gestão de Pessoas

Marina Macedo Rego

24 out, 2019 ● 4 minutos

É preciso integrar os novos e reintegrar os antigos

Qualquer profissional que trabalha com Recursos Humanos e Gestão de Pessoas sabe que integrar é essencial. Apesar dessa afirmação ser aceita pela maior parte das pessoas, normalmente alguns equívocos ou dúvidas ocorrem quando o assunto é integração.

O primeiro ponto de atenção neste sentido se refere ao planejamento: como organizar uma integração que atenda diferentes públicos e como saber quais temáticas abordar no momento de integrar são dúvidas frequentes. Já uma segunda dúvida constante se refere ao próprio conceito de integração: o impacto que ela possui no planejamento estratégico como um todo costuma ser gritante, mas negligenciado.

E é justamente para te ajudar a resolver estes erros e esclarecer dúvidas que a Redação do Radar IBEGESP apresenta este texto. Vamos lá?

Primeiramente, é importante salientar que a integração é importante para todos os tipos de organização. Esta regra vale para instituições pequenas, grandes, nacionais, internacionais, públicas ou privadas. É uma regra geral! Dentre muitos, é possível citar alguns pontos positivos de uma Integração eficiente:

Com todos estes pontos positivos já é possível notar que integrar é essencial, mas apesar de parecer simples, organizar a integração não é uma tarefa fácil. O momento da integrar não consiste em explicar o trabalho da organização e o que o novo funcionário vai fazer. É muito mais! Integrar requer apresentar a missão, visão e valores do local em que o funcionário será inserido. Para além disso, é solucionar dúvidas, fomentar o trabalho em equipe e incentivar a ascensão profissional do ingressante. Integrar é, ainda, reforçar a importância do cargo daquele funcionário e fazê-lo se sentir acolhido e com liberdade para sanar dúvidas, dar opinião e propor novas formas de trabalho.

É interessante pensar em como integrar da maneira correta é especialmente importante para a Gestão Pública. A maior parte dos servidores inicia seu trabalho depois de ter passado por um estressante processo de concurso público. Na maior parte das vezes, os estudos para este concurso não preparam o profissional para o serviço que ele de fato irá fazer. Para além disso, muitas destas pessoas têm uma formação diferente da requerida por seus cargos. É por este motivo que integrá-los possui um impacto gigante: a integração será capaz de acalmar os ingressantes que se veem diante deste desafio e, ao mesmo tempo, de ensinar-lhes o fluxo de trabalho e a importância do serviço que prestarão.

A integração é um momento de abordagem primária, sem pré-julgamentos e, exatamente por isso, permite conscientizar sobre como é essencial o serviço público e o impacto que ele tem para o cidadão. Dependendo do modo como é feita, a integração propicia que os ingressantes não tenham seu primeiro contato afetado por vícios da organização. É possível abrir espaço para o novo.

Integrar o novo funcionário, no entanto, não deve ser visto como tarefa única do processo de integração. Reinserir na cultura organizacional o antigo colaborador é tão importante quanto. E isto se deve, em especial, a um fato básico: de nada adianta investir em uma integração excelente para, em questão de dias, o ingressante ouvir dos colegas mais antigos: “isto não ocorre desta maneira, isto não é assim”. Integrar requer honestidade sobre a realidade trabalhista do local e, simultaneamente, abertura para mudanças e incentivo para evolução. E é exatamente para garantir o alinhamento e a satisfação generalizada que a integração deve estar profundamente conectada com as práticas da área de Treinamento e Desenvolvimento, de modo que todos os funcionários – novos ou antigos – sejam constantemente estimulados a se desenvolver, emitir suas opiniões e reintegrarem-se.

Por fim, é preciso dar algumas dicas para que o processo de integração ocorra da melhor forma possível.

- Reflita com a área de RH se é melhor fazer a contratação antes ou depois da efetivação da contratação;

- Analise quais conteúdos devem ser transmitidos na Integração (um volume muito grande ou técnico demais pode assustar os ingressantes);

- Verifique quais temáticas devem ser abordadas de forma online e quais podem ser presenciais (alguns órgãos públicos estão investindo em integrações híbridas, com cursos EaD e apresentações presenciais);

- Lembre-se de quando começou a atuar naquela organização: o que você sentiu falta de saber? Você se sentiu acolhido?

- Faça pesquisas de satisfação anônimas após o processo de integração, de modo a mapear os pontos positivos e negativos;

- Invista igualmente na integração e na reintegração.