Segundo TSE, cotas para candidaturas femininas trouxeram tímida melhoria na porcentagem
As eleições de 2020 proporcionaram um novo panorama na política brasileira: pequeno aumento no número de candidaturas femininas e, por consequência, também uma maior quantidade de eleitas. No total de votos apurados para assumir as Câmaras Municipais, as mulheres representam 12,2% entre prefeitos eleitos em primeiro turno. E em Palmas, capital do Tocantins, Cinthia Ribeiro (PSDB) foi reeleita com mais de 36% dos votos.
Estes números demonstram um tímido avanço da representatividade feminina na política ao compararmos com eleições anteriores. Em 2016, por exemplo, foram eleitas 641 mulheres para o cargo de prefeita, representando 11,57% do total. E o número de candidatas no segundo turno em capitais também teve avanço, sendo que em 2016 eram duas e, em 2020, são cinco:
- Manuela D’Ávila (PCdoB), em Porto Alegre;
- Marília Arraes (PT), no Recife;
- Delegada Danielle (Cidadania), em Aracaju;
- Socorro Neri (PSB), em Rio Branco;
- Cristiane Lopes (PP), Porto Velho
Atualmente, das 39 cidades que também definirão o cargo da prefeitura em 29 de novembro, 14 têm candidatas na disputa (7 em SP, 3 em MG e ES, PA, PR e RS com 1 cada). Em Macapá, onde o primeiro turno não foi realizado por conta da crise de energia que assola a cidade, a deputada Patrícia Ferraz (Podemos) concorre pela primeira vez.
Este aumento se deu já que foram as primeiras eleições municipais em que valeram não apenas a cota de 30% de candidaturas femininas, mas também a reserva de pelo menos 30% dos fundos eleitoral e partidário para financia-las e a aplicação do mesmo percentual ao tempo de propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão.
Soma-se a isso o fato de que, com o fim das coligações nas eleições proporcionais, cada partido – e não mais cada coligação – foi obrigado a reservar 3 em cada 10 candidaturas de vereador para mulheres. Ainda assim, de acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), as solicitações femininas para prefeita, vice-prefeita ou vereadora ficaram, mais uma vez, bem próximas ao limite estabelecido pelas cotas: 33,48% (em 2016, foram 31,9%.
De alguma forma, nestas eleições percebemos algumas mudanças na escolha dos eleitores e como candidatos com pautas sobre representatividade tiveram destaque nas urnas. Nós do IBEGESP esperamos que essa nova postura também seja percebida no comportamento de cidadãos e cidadãs, que passem a acompanhar os mandatos, a cobrar e se atentar à gestão de seus candidatos.
Aproveite e acesse aqui nosso artigo sobre a função dos vereadores. Assim, você já pode ter certeza sobre o que deve ficar de olho de acordo com o que seu candidato ou candidata prometeu durante a campanha eleitoral. Faça valer seu voto!
Autor:
Viviani AlvesTags:
Gestão Pública, Matérias