Mas afinal, o que é autonomia?
Um dos conceitos que tomou conta do mundo do trabalho no século XXI é o de autonomia. Caracterizadas por eliminar a ideia de uma supervisão constante, as últimas duas décadas viram o declínio crescente de uma hierarquia fundada unicamente em sua própria afirmação. Mas o que isso significa na prática? De modo geral, isso significa que se um liderado possui capacidade para realizar uma tarefa e aprovar determinada medida, ele não deverá pedir, por mera formalidade, a aprovação do líder. Do mesmo modo, espera-se que este mesmo liderado faça a gestão de seu tempo: não será necessário um controle externo da realização da tarefa.
Este exemplo amplo de autonomia já indica como este novo modo de trabalho é capaz de modificar alicerces extremamente arraigados a um cotidiano trabalhista mais tradicional. É possível, inclusive, pensar que o aumento da modalidade de trabalhar em casa – o famoso home office – está conectado a este modelo de trabalho autônomo. Mas lançando um olhar mais profundo sobre o tema, percebe-se alguns desentendimentos que costumam circular o conceito.
Nossa redação acredita que este tema é especialmente importante para gestores públicos, uma vez que eles devem saber dosar com precisão o grau de autonomia e a necessidade de publicizar seus processos de trabalho e tomadas de decisão. E é por isso que é preciso se perguntar: será que eu sei o que é autonomia? Vamos lá!
#4 fatos sobre autonomia
1) Todo tipo de trabalho pressupõe, em determinado nível, autonomia, uma vez que as pessoas realizam algumas tarefas sem necessidade de supervisão. O que varia é o grau de autonomia;
2) Aumentar o grau de autonomia depende de uma relação mútua de confiança. O líder precisa confiar que o colaborador irá fazer determinada tarefa e que possui habilidades para fazê-la. O colaborador, por outro lado, precisa confiar que possui respaldo do líder para a tomada de decisões que envolvem a tarefa;
3) A confiança requerida pela autonomia só é gerada com demonstrações: o colaborador precisa expor que tem capacidade para realizar uma tarefa autonomamente e o líder precisa expor que confia nesta habilidade e no prazo elencado pelo liderado.
4) A autonomia possui, necessariamente, duas dimensões: uma social e uma individual. Ou seja, em uma relação trabalhista a autonomia envolve uma relação de interdependência que exige iniciativa do colaborador e permissividade da liderança e da equipe
Após entender estes fatos sobre a autonomia, é possível chegar a uma conclusão bastante óbvia: 100% de autonomia não é possível, necessário ou até mesmo benéfico para nenhum tipo de cargo. Apesar da palavra ser usada quase exclusivamente como sinônimo de empoderamento, é essencial entender que não se pode confundir autonomia com autossuficiência ou abandono. Por exemplo, não é interessante que um colaborador tenha autonomia para lidar com finanças se ele não possui capacidade ou confiança na área.
Diante destes possíveis desentendimentos, é importante fazer um exercício:
- Liste todas as suas tarefas;
- Tente determinar seu grau de autonomia em cada uma delas;
- Indique as tarefas em que o grau de autonomia está maior ou menor do que você gostaria;
- Discuta com os seus colegas.
Lembre-se sempre que o grau de autonomia varia de acordo com o seu momento pessoal e o da organização em que você trabalha.
E você? O que acha do seu grau de autonomia? Não perca tempo e analise esta questão!
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Matérias, Recursos Humanos e Gestão de Pessoas