O Planejamento Estratégico como diretriz para a eficiência das Políticas Públicas

Jorge Wellington Barreto Rodrigues

08 fev, 2024 ● 4 minutos

*Artigo de opinião

Entenda o papel do planejamento estratégico na Gestão Pública

Este conteúdo faz parte do centro de estudos Administração Pública do IBÊ

O planejamento estratégico desempenha um papel crucial na eficiência das políticas públicas, sendo uma ferramenta fundamental para direcionar os esforços governamentais de maneira eficaz e sustentável. Entender como essa prática se relaciona com o desenvolvimento e execução de políticas é essencial para o bom funcionamento do Estado e o atendimento às necessidades da sociedade.

No contexto das políticas públicas, o planejamento estratégico refere-se à formulação de metas, objetivos e ações que guiarão as decisões do governo em médio e longo prazo. Isso implica em identificar problemas, estabelecer prioridades, alocar recursos de forma eficiente e avaliar os resultados alcançados. A transparência e participação social também são aspectos-chave desse processo, garantindo que a população tenha voz nas decisões que afetam suas vidas.

Ao adotar o planejamento estratégico, os gestores públicos conseguem antecipar desafios, aproveitar oportunidades e mitigar possíveis impactos negativos. Isso significa uma gestão mais proativa e menos reativa, proporcionando um ambiente mais estável para o desenvolvimento de políticas que visam o bem comum. A definição clara de objetivos é um dos primeiros passos do planejamento estratégico. 

Uma vez estabelecidos os objetivos, é possível criar estratégias para alcançá-los, considerando recursos disponíveis, prazos e possíveis obstáculos. No entanto, é importante ressaltar que o planejamento estratégico não é um processo estático pois à medida que a realidade socioeconômica se transforma, é necessário ajustar as estratégias para garantir que as políticas públicas continuem sendo eficazes. A flexibilidade é, portanto, uma característica-chave desse modelo de gestão.

A eficiência das políticas públicas também está intrinsecamente ligada à capacidade de implementação das ações planejadas. Um bom planejamento precisa ser acompanhado de uma execução eficaz. Isso envolve a mobilização de recursos humanos, financeiros e tecnológicos de maneira coordenada, garantindo que as políticas sejam implementadas conforme planejado; além disso, a mensuração de resultados é essencial para avaliar a eficácia das políticas públicas. O planejamento estratégico permite estabelecer indicadores de desempenho que facilitam a avaliação do impacto das ações governamentais. Essa análise contínua possibilita ajustes e melhorias, contribuindo para uma gestão mais eficiente e transparente.

A participação da sociedade no processo de planejamento estratégico é um elemento crucial para o fortalecimento da democracia. Consultas públicas, audiências e mecanismos de participação cidadã permitem que diferentes perspectivas sejam consideradas, enriquecendo o processo decisório e aumentando a legitimidade das políticas adotadas. 

No entanto, há uma grande dificuldade, pois, a participação popular é – muitas vezes – manifestada de forma equivocada. Podemos classificá-las em 03 grupos: ativa, proativa e negativa. A ativa, ocorre principalmente através dos canais de Ouvidoria do órgão público; é por este canal que, em muitos casos, o poder público acolhe uma demanda e realiza os estudos necessários para a sua solução. Já a manifestação proativa, é aquela que antecede um possível problema e sugere, ao poder público, ações que previnam ou amenizem os impactos negativos que o possível problema possa gerar. Por fim, a manifestação negativa é a realizada com conflitos entre a população e os governantes; ainda que o conflito seja um “simples” bate-boca (no sentido literal), é a sociedade que sai perdendo pois com ânimos exaltados perde-se a disposição de ouvir ao outro lado. E pode ser pior. Quem nunca viu em um noticiário conflitos de grande relevância social que terminou com depredação e brigas?

É por essa razão que um gestor público deve – antes de tudo – entender que a participação popular no estabelecimento de metas claras e atingíveis faz com que seja considerada a realidade social que propiciará a mensuração dos resultados e a garantia de que suas ações atendam de maneira efetiva às demandas da sociedade, promovendo o desenvolvimento sustentável e o bem-estar coletivo.

Referência Bibliográfica

PHILIPPINI, Ana Claudia Moreira Miguel. Planejamento estratégico na gestão pública. 1ª edição. Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2019.


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