Qual o perfil do servidor público inovador?

08 abr, 2020 ● 4 minutos

Confira a resenha do artigo do Apolitical

A Apolitical, uma plataforma global sobre governança, lançou este ano o artigo  “Como nascem servidores públicos inovadores? Para se manter atualizado sobre estas matérias internacionais, confira abaixo o resumo do artigo!

O texto citado, escrito pelo canadense Miki Stricker-Talbot, parte de um pressuposto apresentado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), de que a inovação no setor público é fruto da atividade humana individual. Pontuando esta abordagem, o autor apresenta como desvios positivos aqueles servidores que se engajam para inovar.

E foi buscando compreender a motivação destes desviantes que o autor mapeou padrões de comportamento de servidores entre 2006 e 2016. Tal mapeamento resultou na criação de 5 perfis de funcionários públicos. Stricker-Talbot acredita que estes perfis formam uma escala de Progressão Pessoal dos Inovadores do Governo e que os servidores podem transitar entre eles até alcançar o máximo patamar de inovação. Conheça cada um dos perfis!

#Regressivo

Os servidores com este perfil tendem a querer que as coisas voltem a ser como antigamente, uma vez que idealizam o passado. É comum notar a predominância deste perfil em situações de instabilidade e mudança.

#Estacionário

É considerado estacionário aquele servidor que quer manter as coisas da maneira em que se encontram. Nota-se, neste caso, uma certa apatia que atravanca qualquer tipo de inovação.

#Fragmentário

É mapeado com este perfil aquele servidor que experimenta irritação e frustração com o atual estado da Gestão Pública e anseia por modificá-lo. Por este motivo, servidores fragmentários tendem a resolver problemas específicos.

#Revolucionário

Os servidores com este perfil querem mudar o sistema. Comumente nota-se nestes funcionários um alto nível de engajamento e envolvimento pessoal com a mudança.

#Multifacetado

Um servidor multifacetado apresenta um grande diferencial, uma vez que é capaz de se sintonizar com as mudanças que deseja construir. Seu perfil é fortemente ligado à questão da autoconsciência, do cuidado com as questões de poder e a uma lógica sistemática.

O interessante na análise de Stricker-Talbot é o fato de que os tipos ideais que ele mapeia não são impessoais. Ao contrário: o autor elenca as diferentes emoções que cada um destes perfis costuma sentir. Confira!

Uma das provas de que o fator individual é essencial para se pensar na progressão entre estes perfis é o fato de que o revolucionário e o regressivo experimentam as mesmas emoções e agem de maneira diametralmente oposta. Por este motivo, o autor pontua que todos os servidores podem passar por experiências em distintos perfis e que é interessante que líderes pensem na disposição destes modelos como uma possível progressão dos servidores.

Para aprofundar tal possibilidade de progressão, Stricker-Talbot reforça alguns pontos de atenção:

  1. A forma como os indivíduos interpretam esta progressão de perfil varia;
  2. O contexto e o ambiente de trabalho são fundamentais para a propensão dos perfis;
  3. Esta progressão não é uma escala absoluta; uma pessoa que começa em um determinado perfil não necessariamente acabará sendo multifacetada. Os caminhos podem se dar de diferentes maneiras.

Diante destas informações, é interessante pensar nas inovações que cada tipo de perfil consegue estabelecer. Esta é, inclusive, uma das grandes contribuições desse artigo: o entendimento sobre como cada perfil consegue impactar os serviços públicos que são ofertados aos cidadãos. Confira!

Você, leitor(a) do Radar IBEGESP, consegue se identificar com algum destes perfis? Imagina que o contexto brasileiro tem espaço para cada um deles?

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