Será que treinamento é só capacitação?

17 dez, 2019 ● 4 minutos

Noção moderna da área de treinamento foca em pequenas práticas do dia a dia

Qualquer pessoa que atue em uma organização, seja ela pública ou privada, sabe que uma das maiores demandas de qualquer grupo de colaboradores se refere ao treinamento. E isto ocorre porque a área de Treinamento e Desenvolvimento (T&D) é essencial: é possível melhorar muita coisa com um treino bem elaborado, desde a motivação até a efetividade dos fluxos.

Apesar do T&D ser essencial em qualquer tipo de organização, um obstáculo é frequente na maioria dos ambientes de trabalho: há uma burocracia gigantesca para aprovar uma capacitação. Outro problema comum é a falta de orçamento e tempo.

Diante destes obstáculos, como trazer para a prática treinamentos que são essenciais ao desenvolvimento dos colaboradores?

Uma das soluções mais inovadoras se refere à redefinição conceitual do treinamento. Uma visão mais rígida e verticalizada tende a achar que só é possível ser capacitado em uma sala de aula que possua lista de presença, um grupo de professores e a entrega de um certificado.

Apesar desta metodologia ser essencial para uma série de fluxos, é também preciso valorizar a construção coletiva de conhecimento que ocorre no dia a dia e entender que treinamento é maior que capacitação.

Pergunte a si mesmo: quais colaboradores possuem determinados tipos de conhecimento? Quais deles estão partilhando estes conhecimentos com seus colegas? Há intercâmbio de informação entre a equipe? Há sentimento de camaradagem no dia a dia de trabalho?

Entender que esta construção coletiva é vital para o Treinamento e Desenvolvimento não anula o fato de que uma série de capacitações externas são necessárias. É preciso entender, porém, que estas ocorrem de forma muito melhor em um ambiente que valoriza a construção coletiva de conhecimento e a troca de experiências.

Também é importante pensar na formação multiplicadores. Estes profissionais auxiliam na disseminação de boas práticas dentro da organização, além de ser essenciais para manutenção da cultura e qualidade.

Por este motivo, invista algum tempo para analisar quem trabalha ao seu redor e se pergunte: quem tem algum conhecimento que vale a pena ser passado para frente? Será possível perceber que cada um tem algum tipo de contribuição e que o capital humano de uma organização é tão – ou mais – valioso que o capital econômico.

A partir desta conceituação de um desenvolvimento que é fomentado diariamente, é possível tomar algumas medidas para tornar o treinamento constante. Conheça algumas delas!

  1. Faça um bate papo com retirada de dúvidas baseado na expertise de alguém;
  2. Grave pequenos vídeos com colaboradores explicando algum fluxo;
  3. Organize uma roda de conversa em que, a cada encontro, alguém ensine um assunto sobre o qual se sinta confiante para falar.
  4. Procure alguma organização que dê consultas e orientações técnicas pontuais.

Organizar este tipo de ação permitirá que a equipe tenha maior entrosamento e noção de corresponsabilidade. Para além disso, gerará maior maturidade e aprofundamento de dúvidas que poderão ser sanadas em treinamentos mais tradicionais. Mas atenção: organizar estas pílulas de conhecimento não deve, de forma alguma, diminuir a adesão a capacitações externas. Ao contrário: a evolução da noção de treinamento permite o aprofundamento do ensino em diferentes frentes.

Lembre-se sempre: treinar e desenvolver é uma tarefa diária. Leve essa cultura para o seu órgão de atuação!

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